Principais destaques
- A revista Wired afirma que o Qwen, da Alibaba, está mais bem posicionado para dominar a IA em 2026 do que o GPT-5.
- Modelos chineses superam os americanos em adoção prática, downloads e custos operacionais.
- Arquitetura aberta, transparência científica e foco em uso real explicam a ascensão do Qwen.
A disputa global pela liderança em inteligência artificial pode estar prestes a mudar de mãos.
Segundo uma análise publicada pela Wired, 2026 tende a ser marcado pela consolidação do Qwen, modelo de IA desenvolvido pela Alibaba, enquanto os sistemas americanos mais aguardados não entregaram o impacto esperado. O cenário desenhado aponta menos para promessas e mais para uso concreto, escala e eficiência.
O texto é assinado por Will Knight e se baseia em observações diretas do ecossistema chinês de IA, incluindo visitas a empresas que já utilizam o Qwen em produtos disponíveis ao público.
GPT-5 e outros modelos dos EUA ficam abaixo do esperado
O desempenho morno do OpenAI GPT-5, lançado em 2025, aparece como um dos principais contrastes levantados pela reportagem. Apesar da expectativa elevada, o modelo recebeu críticas por respostas pouco naturais e erros básicos em tarefas simples. Para o pesquisador Gary Marcus, o lançamento foi um exemplo claro de excesso de marketing frente à entrega real.
Outros projetos americanos seguiram caminho parecido. Modelos recentes de grandes empresas de tecnologia não conseguiram repetir o impacto de gerações anteriores, frustrando desenvolvedores e empresas que esperavam avanços claros em produtividade e confiabilidade.
Adoção prática impulsiona o avanço do Qwen
Enquanto isso, o Qwen cresce longe dos holofotes, mas perto do mercado. Em Hangzhou, a startup Rokid já usa o modelo em óculos inteligentes capazes de traduzir conversas em tempo real, exibindo legendas diretamente no campo de visão do usuário.
Os números reforçam essa tendência. Em 2025, modelos chineses ultrapassaram os americanos em downloads na plataforma Hugging Face, com o Qwen respondendo por mais da metade desse volume. Empresas globais como Airbnb, Nvidia, Perplexity e a montadora BYD já integram o Qwen a seus produtos e fluxos internos.
Até gigantes da tecnologia ocidental, como a Meta, estariam utilizando o Qwen junto com modelos do Google e da OpenAI para treinar novas gerações de sistemas internos.
Arquitetura aberta e ciência aceleram a inovação
Um dos diferenciais mais citados do Qwen é sua estratégia de pesos abertos. Desenvolvedores podem baixar, adaptar e especializar o modelo para diferentes contextos, algo cada vez mais raro entre empresas americanas. Essa abertura vem acompanhada de produção científica intensa. A equipe do Qwen foi premiada na NeurIPS 2025 por avanços em mecanismos de atenção, um reconhecimento de alto prestígio no setor.
Esse movimento não é isolado. A startup DeepSeek chamou atenção ao lançar modelos que entregam desempenho comparável ao GPT-5 com custos muito menores de inferência. Para especialistas citados pela Wired, o foco chinês em eficiência e aplicabilidade supera a obsessão por benchmarks teóricos.
No fim, o recado é claro. Em vez de medir inteligência artificial apenas por testes controlados, o mercado começa a valorizar quem está, de fato, sendo usado para criar produtos reais. E, nesse critério, o Qwen e outros modelos chineses entram em 2026 com clara vantagem.

